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# T O L U N A M O V I E C L U B
B e l e z a O c u l t a
“Nós ansiamos por amor, gostaríamos de ter mais tempo, e tememos a morte.”
"O que faz um filme ser bom? Enredo? Elenco? Efeitos especiais? Detalhes
técnicos (trilha sonora, direção, fotografia, figurino, etc)? Claro que tudo isso
ajuda muito, e faz parte do conjunto que o torna melhor ou pior, mas se
pararmos para pensar um pouco, independentemente de qualquer uma
dessas coisas, o que torna um filme bom é a experiência que ele
proporciona: frio na barriga, lágrimas, sorrisos, reflexões, a identificação
com os personagens ou a história. E é por conta disso que escolhi indicar
esse filme, pois apesar de muita crítica ruim por aí, ele é capaz de causar
cada uma dessas coisas, a depender do espectador. Além de ter um bom
elenco, e não ser específico para nenhuma faixa etária ou de interesse.
Beleza Oculta conta a história de Howard (Will Smith), um publicitário de
grande sucesso, que entra em depressão após perder a filha de seis anos.
Ele se isola do mundo, negando-se a trabalhar em sua empresa, a qual
começa a passar por vários problemas. Howard frequenta um centro de
apoio, onde se nega a compartilhar sua história, mas seus amigos e colegas
de trabalho descobrem que ele anda escrevendo cartas... Não para pessoas,
mas para três coisas: o amor; a morte, e o tempo. Pior: ele começa a ter
conversas com essas coisas. Temendo que Howard esteja entrando em
espiral e enlouquecendo de vez, os amigos tentam bolar um plano pra
trazê-lo de volta à vida normal, fazendo-o enxergar a beleza oculta nas
coisas da vida.
O filme toma a situação de Howard, o pai depressivo por conta da perda de
um filho, para nos fazer refletir um pouco sobre esses três temas que tanto
conectam a todos nós, afinal, todos desejamos amar e receber amor; a falta
de tempo, ou o mal uso dele, é um dos grandes problemas de nossa
geração, e sua administração é algo que sempre levantou reflexões; sem
falar na morte, “a indesejada das gentes”, algo sobre o qual todos nós já
pensamos em algum momento da vida, e que nos “assombra” um pouco
mais, quanto mais velhos vamos ficando.
Se os “três âmbitos” retratados no filme nos fazem refletir, a situação do
protagonista causa comoção; os personagens nos cativam, e podemos nos
identificar com alguns deles; além de algumas situações serem bastante
cômicas (a morte é uma senhorinha esfuziante, por exemplo). Por tudo isso,
acho esse um filme bem interessante.
E você? Quão bem administra o seu tempo? Quanto medo você tem de
morrer ou perder alguém que ama? O que seria da sua vida sem amor?"
munisai